Minha vida de princesa

Hoje estou bastante metafórica e preciso relatar isso aqui no meu blog. eu queria escrever sobre meu laptop novo e trivialidades, mas eu acho que vou utilizar esse espaço para fazer uma auto-reflexão. Estava pensando na vida de princesas. Não em princesas de vida real que considero como sendo "escravas" de seus reinos, porém falo das princesas de contos de fadas. Aquelas que são tão lindas, tão meigas, inteligentes e inocentes que irritam qualquer ser humano.
Eu acho que nunca quis ser uma princesa, mas gostaria de ter um pouco do conforto e da irrealidade delas para viver no mundo de hoje, tão cru e às vezes perverso, o que nos torna difíceis de romancear certos momentos.
Lembro muito bem uma vez, quando trabalhei como garçonete em um café que tive um surto. Eu era a única garçonete, porém havia o pessoal do balcão, que não podia me ajudar, caso os clientes sentassem nas mesas. Então, em uma ensolarada manhã, lá estava eu trabalhando quando chega uma excursão. Uma caravana, com tempo de 20 minutos para comer. Um bando de gente animada e mal educada. Fazia calor e todos pediam por sorvetes e doces, além de cafés decaff, machiatto e sei lá mais o que, sendo que seria a única a serví-los. Foi nesse momento que tive meu surto de princesa. Eu comecei a chorar em fente ao freezer dos sorvetes e o pessoal do balcão , muito solícito, foi lá me dar um apoio e dizer que me ajudariam na missão. Entretanto, simplesmente desabei, E só conseguia falar " eu não nasci para fazer isso, eu nasci para ser uma princesa". Foi nesse momento que eu percebi que a minha realidade não era a que eu imaginava, apesar de estar no lugar perfeito, no momento perfeito. Apenas não estava no trabalho perfeito. eles me olhavam incédulos, como se eu estivesse falando algo fora da realidade deles. E realmente, era muito longe da realidade deles. A minha história era muito diferente da deles... Porém, naquele dia eles foram meus heróis, os meus príncipes em seus cavalos brancos. Trocamos aqui cavalos por aventais vermelhos e mãos ágeis nas bandejas.
Depois desse episódio senti vergonha, mas percebi que queria ser mais, muito mais.

Hoje, penso que e estou sentindo algo parecido com o surto do café. A situação é outra, hoje a questão é relacionamentos.Outro dia acordei e pensei: "porque não acordamos bonitos, sem bafo e cabelos penteados? Daí lembrei das princesas de ficção e acabei me identificando com a Fiona, que é muito mais humana que as outras. Me senti um pouco princesa, um pouco ogra, me relacionando também com um ogro. Digo ogro por ele ser uma pessoa normal "gente como a gente". Na real me dei conta que não sou pricesa, que sou humana e que vou viver isso sempre.
A questão é: como se mantém o romantismo em um momento desses?